Ele
juntou suas moedas
Não
era bastante
Não
dava nem um montante
Contou
e recontou
Dava
mas quase faltava
Era suficiente, mas não sobrava
Pra suprir aquela urgência
Para
o estômago era emergência
Para
o bolso era uma deficiência
Ele
confiava e contava
Com
aquelas moedas
Um
olho conferia o dinheiro
O
outro cobiçava o alimento
O
coração se entregava àquele momento
E
o estômago na carência do sustento
Que
pane geral
Que
pânico matinal...
Ou
já era noite
Caindo
feito foice
E
pesando sobre os ombros?
Quando
a fome bate lá dentro
Do
lado de fora
O
estômago só quer um acalento
Se
o dinheiro não der
O
sono é um alimento
Dormindo
a fome dá um tempo
Acordado,
o tempo é um tormento
O
dinheiro deu
Mas
na vida nada é dado
E
ele comprou aquele salgado
Então
ele sentiu-se digno
Ele
não era nenhum bandido
Nem
um maltrapilho
Talvez
um simples mendigo
Em
busco de um motivo
Pra
manter-se vivo
Aquele
foi um jantar de boa noite
Quiçá
amanhã seja um dia bom
Talvez
a vida seja bela
Mesmo
numa situação daquelas
Mesmo
sem poder contar
Com
algumas moedas
Maio
2015
O dinheiro deu
Mas na vida nada é dado
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