Eram
três filhos atrás
E
dois pais na frente
Na
Brasília branquela
Ou
no Corsa preto parecendo berinjela
Carro
sempre cheio de gente
Assim
foi por muito tempo
Por
um bom tempo sempre foi assim
E
assim também era em casa
Sempre
enchia
Nunca
esvaziava
Sempre tinha alguém chegando
Sempre tinha alguém saindo
O
portão era educado
A
campainha sempre gritava
O telefone não se tocava
E sempre nos chamava
Panelas
eram tipo caldeirão
Quando
quis comprar uma menor
Quase
arrumei confusão
Era
sempre mais água no feijão
Pois,
Pra
confirmar o que estou falando
Tinha
mais gente chegando
O
guarda-roupa nunca dava
Espaço
sempre faltava
Os
cabides já não aguentavam
Nas
gavetas as camisetas brigavam
As
gravatas se enrolavam
Os
sapatos se pisavam
As
meias furavam e se confundiam
As
calças trançavam as pernas
Mas
as cuecas...
Ah,
essas nunca se misturavam
Até
peças da peça do Paulinho
Apareciam
no meio desse ninho
Era
um entra e sai
De
gente e adolescentes
De
pessoas e crianças
Com
o passar dos anos
De
adultos e humanos
E
lá se foram as fases e frases
De
filhos e crias
De
Clei e Cris
Ou
simplesmente
Dolfo,
Teus e Tuli
Mommy and daddy
Mas
a casa vai esvaziar
E
já começou a anunciar
Ainda
bem que é devagar
Senão
o coração pode não aguentar
E
pode parar de batucar
Esse é o samba da vida
Onde a gente sempre dança
Mesmo
quem não sabe bailar
A
vida chama pra dançar
Mas
vamos em frente
Que
tá chegando a hora
De
chegar mais noras
A fila da família anda
Pois já chegou a Amanda
Mantenham a calma
Também chegou a Laura
E no meio do zoom
Veio a Mel do sul
Cris,
abra a porta
Não
pra facilitar
Nem
pra dificultar
É só pra exercer a função
Sem remuneração
De cuidar das nossas heranças
Quem
sair por último
Feche
a porta
Mas
deixe-a destrancada
Eu
e a mommy
Estaremos
na sala
Relembrando
os fatos
Olhando
as fotos
E
rindo...
De
quando éramos cinco
Novembro
2016
Olhando as fotos
E rindo...
De quando éramos cinco
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