Depois
de um longo inverno desempregado, surgiu a Uber e foi uma nova experiência
profissional.
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Arrumei
um trabalho
Consegui
uma atividade
Batalhei
um serviço
Abençoado
com um ganha-pão
Ganhando
a vida
Levando
gente pra baixo pra cima
Tudo
o que eu vejo
É
passageiro
Definitivo
é só o dinheiro
Que
diz que vem mas não veio
Ora
asfalto
Ora
rua de barro
Suportam
o peso do meu carro
E
vou rodando e dançando
Conforme
a música tocando
Bato
borracha
Pelo
dia adentro
Pela
noite afora
De
dia digo boa noite
De
noite digo bom dia
A
gente pode se perder nos horários
Mas
não pode errar os itinerários
Meu
carro também sente
É
gente igual a gente
É
um cara de lata
É
um pé de borracha
Mas
apelo pela sua boa praça:
Não bata pra entrar
E saia sem bater
Tem
lugar com cara de fim de mundo
Jeitão
de submundo
Iluminado
ou tudo escuro
Colorido
ou sisudo
Morro,
barranco
Enlameado
ou alameda
Matagal
e coisa e tal
E
agora José?
Encaro
e engato a primeira
Ou
saio dali de segunda?
A razão diz num ouvido:
Não vai
e volta, pois é fria
Na
outra orelha
A
emoção cheia de razão:
Avisa
que a conta chegou sem avisar
Que
a luz secou
Que
a água findou
Que
a geladeira esquentou
Que
a mamadeira esvaziou
A decisão é sua
É sua a indecisão
Eu sei o que fazer:
Depende
da cor da minha conta
Depende
da cor de minhas calças
Se
perguntar onde tem
Gasolina
aguada
Ducha
barata
Café
e etanol
Eita
nóis!
Dou
endereço de tudo
Conheço
essa cidade
De
cor e salteado
Com
os olhos fechados
Com
o GPS ligado
Por
falar em histeria
O
aplicativo me grita
E
eu já vou indo
Muita
coisa não se aplica
Mas
se explica
Por
isso sai da frente
Que
atrás vem trânsito
Maio 2017