Rua
dos Jasmins,
Era
o nome da minha rua.
Rua Amor Perfeito,
Era a rua da esquina.
Que esquina perfeita!
A
rua onde eu morava,
Era
de terra e muito pó.
Quando chovia,
A lama na rua e na calçada,
Era puro barro,
Na barra da minha calça,
Calça azul marinho.
A
bola de capotão,
Era
marrom chocolate.
A bola de meia,
Tinha cor de molecada.
O cheiro?...
O
mato dos terrenos,
Guardava
kichutes e congas,
Havaianas
e bolas perdidas;
Pés de amoras fresquinhas,
Pipas
e rabiolas destruídas,
Aranhas na surdina,
Pregos
e ripas afiadas,
E a certeza de tomar vacina,
Na farmácia da vila vizinha.
Demorou
mas o tapete chegou.
E
o asfalto aterrou e enterrou,
A
terra da minha rua.
E a bola perdeu,
Seu habitat natural.
Mas
continuou a pular,
Mas
sem levantar poeira,
E
passou a balançar roseiras,
E
encontrar varais e vidraças.
Os campinhos perderam o jogo,
Casas bonitas ganharam terreno,
Esgotos entraram pelo cano,
E o carvoeiro virou fumaça.
E
o nome da rua mudou.
Igual a erva daninha,
Deceparam e desarraigaram,
A flor da minha rua.
Agora
a placa lembra,
Alguém
importante.
Tão importante,
Que a maioria não conhece.
Acho
que foi algum projeto,
Algum
trabalho muito importante,
De
gente importante,
Que
deu pouca importância,
Àquela
rua de minha infância.
O
bairro ainda tem,
Nome
de Jardim Popular.
Mas as pessoas mudaram.
Quem
era pequeno ficou grande.
Quem já era grande,
Continua por ali.
Alguns
ainda estão lá,
Apenas
na memória,
Ou
pendurados,
E
amarelados na parede.
Que
saudade que me dá,
Quando
lembro de minha infância,
Na
Rua dos Jasmins,
Esquina
com a Rua Amor Perfeito,
No
bairro Jardim Popular.
Outubro 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário