Estive em Mato Grosso.
Estive por lá,
Estive por lá,
Em
Cuiabá.
Terra
de saltaveaco.
Onde
a luma alumeia,
E
o candeio luta coma a escuridão,
Mesmo
quando queima a mão.
Suor escorre igual chuva,
Pé d’água cai igual pedra,
E no verão a brisa tira férias.
O
asfalto parece tampo de fogão a lenha,
Na
hora do almoço querendo fritar ovo.
E o asfalto se derrete todo!
Fica todo perrengue.
Foi
pouco tempo eu me lembro.
O Marcinho parou no acostamento,
E eu vi jacaré na beira da estrada.
Pobre
animal, distante do habitat natural,
Longe
do pantanal, destino fatal.
Vi arara de peito amarelo e asa azulada.
Vi
caranguejeira da porta da sala.
Eu
assuntei o bicho e bastou uma
vassourada!
Só
não digo quem espantou a danada!
Jotacê
é ladino,
Fala
cuiabanês,
E
seu sotaque não esconde a mineirice.
Por
trás das lentes corretivas,
O
JC tem olhos de máquina fotográfica,
Suas
fotos parecem da África.
Ele bate retratos do fim do mundo.
Mato Grosso é um mundo à parte...
A parte bela verde-amarela.
O
grito alto da pintada é um urro,
Talvez
chorando seu futuro.
É
lá que o país respira fundo,
Limpa
os brônquios,
E
dá fôlego ao resto do mundo.
Novembro 2011
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