Olham para o alto,
E agradecem a alguém ou algo,
Choram ou sorriem... eu não sei.
Mas no campo eu vejo,
Um campo de guerra.
Desentendimentos o jogo inteiro,
Não há respeito.
Não entendo bem,
Mas ouço um tal de fair play.
Eu sou chutada, eu sei.
Também sou agredida todo dia.
E poucas vezes eu replico.
Eu rolo, pulo e pingo.
Vou à linha de fundo e lateral.
Passo da cal e coisa e tal.
Ah, mas quando eu chego lá,
E atravesso as balizas...
Pena que não sei gritar.
Como é bom ser afagada,
Aconchegada e adornada,
Pela rede que me acomoda.
Mas dalí eu vejo os outros,
Recebendo seus louros,
E eu esquecida por eles,
Emaranhada nas redes.
Me sinto um nada,
Apenas um pedaço de borracha.
Fico com cara de capotão.
Três listras me irrita!
Nessa hora ninguém me dá bola,
E eu os vejo com a bola cheia!
Melhor seria ser bola de meia,
Na periferia num campinho de areia.
Talvez campinho de barro, ou no asfalto,
Com a molecada jogando descalço.
No final me põem debaixo do braço,
Vou pra casa e não sofro descaso.
Mas em plena constelação,
O futebol sai de campo.
A mídia calça a chuteira,
E o ego uniformizado,
Se preparam para o retrato
Falta apenas o escudo ser beijado.
Então as estrelas vêm me buscar,
Eles correm e vêm atrás,
Isso porque querem mais!
Querem mais é brilhar mais!
Sinto-me um objeto, nada além,
Para satisfação de outrem.
Não uso meus gomos,
É, a fama faz isso mesmo.
ResponderExcluirAdorei o desenho, Clei.
ResponderExcluirMas qual é a desse cachorro que fica passeando pela tela, hahaha...
Abraços,
Antonio Luiz.
Deixa o cachorro!
ExcluirÉ o pet do meu blog.
Muito bom o texto! E o desenho foi vc que fez?
ResponderExcluirBeijão
Oi Vivian.
ExcluirSim, eu que fiz o desenho.
Aos poucos vou postar outros.
legal a sua crônico!
ResponderExcluirSuas caricaturas são maravilhosas!
ResponderExcluirNão tenho talento pra isso. Às vezes quero fazer uma para ilustrar um quadrinho, mas... pffff
Parabéns pelo seu trabalho e sucesso!!!
Abraço