Cadeira de madeira é alta.
Quem senta ali olha pra baixo.
Quem está lá embaixo,
Senta na caixa,
Cabeça erguida,
Olha pra cima, trabalha e sorri.
Chama a todos com educação.
É ‘doutô’, madame ou patrão.
‘Vai graxa hoje?’
No centro de São Paulo,
Em frente à Bolsa,
No Largo do Café,
Na Paulista ou no Sumaré.
Eles se espalham pelas praças,
Restaurantes ou padarias.
Sempre os procuramos,
E os encontramos.
Quando ele bate na caixa,
É só mudar o pé.
Leia o jornal,
E tome um café.
Parece sapato do Fred Astaire.
Cor da graxa impregna,
Fica no pano e nos dedos.
Mas o brilho,
Fica apenas no sapato,
E permanece no escuro,
Bem no fundo dos olhos.
O dono do sapato,
Olha e fica grato,
Pelo trabalho realizado.
Mas lá embaixo,
Somente o engraxate,
Consegue ver satisfeito,
O reflexo de seu rosto,
No trabalho realizado.
Julho 2012
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