Este adulto eu conheço,
Caia e levantava,
Idas e voltas ao hospital,
Pra enfaixar e engessar,
Pernas, braços e maxilar.
Sujeito elétrico e agitado,
Tem umas rixas no passado,
Com um tal de Paulo Lauro,
E um certo Eduardo Prado,
Até sossegar no Colégio São Paulo.
Pedaços de asfalto,
Devem fazer parte de seu corpo,
Debaixo da unha e pelo dorso.
Esse era Paulinho,
Jogando bola na rua ou no campinho.
A Ivone berrava seus cantos,
Na Buenos Aires ou no Savoy,
O que tinha nas mãos voava,
Pra trazer o caçula pra casa.
Pegasse onde pegasse,
Na cabeça ou na mão,
Mas a verdadeira intenção,
Era acertar o coração.
Todos sabíamos que demorava,
Mas ele obedecia e voltava,
E permaneceu na verdade.
Ela tinha ajuda de tutores:
Foram uns 18 instrutores,
Até cair na piscina e vir a calmaria.
As estradas foram parceiras,
Nos caminhos do BDN.
Ele foi de sul a norte,
Montando e desmontando a sorte.
Ora de currier ou Montana,
De caminhão ou avião,
A poeira subia e baixava,
Até ele baixar no sul e ficar.
Mistura que renova:
Vida nova com Vila Nova!
As coisas anteriores estão passando.
O Zezinho que me perdoe,
Mas vá parecer assim,
Lá nos cafundó do Guriri!
Um dia quero ver o reencontro,
Aí eu te conto.
O mundo diria: ‘Isso é final feliz’!
No novo mundo diremos:
'Eis um início feliz sem fim'!