Eu parei para um
garoto atravessar na faixa de pedestres. Ele agradeceu com um sorriso e um
positivo e eu é que saí ganhando.
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Parecia
um concerto na avenida,
Em
plena luz do dia.
Aquelas faixas em preto e branco,
Parecia teclado de piano.
De
um lado um garoto,
De
calças curtas e mãos no bolso.
Ele me esperava para o show.
De longe eu o vi, freei e o carro parou.
E
seus pés andaram,
Sobre
o piano desenhado no chão.
Tudo foi rápido,
E
saiu do bolso a sua mão esquerda,
Pra
finalizar sua regência.
Um positivo e um tchau,
Foi o seu movimento final.
Quanta
maestria,
Enquanto
ele sorria,
E
fazia a travessia,
Naquela
avenida,
Chamada
Rua Bahia.
E ali eu curtia,
Em plena primeira fila.
A
calçada foi seu camarim,
Para
onde ele se retirou no fim.
Mas
nem tudo estava bom.
Depois quase parei na contramão,
E exigir do garoto o meu dever.
Eu
é que tinha o direito de agradecer,
Pela
chance de exercer,
Meu
dever de cidadão,
Num
trânsito onde impera a confusão.
E
logo depois fui para casa,
Após
aquele show na faixa.
Foi um conserto necessário:
Eu estava precisando de uns reparos.
Julho
2014
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