Enquanto poucos arranham céus
Muitos deitam no chão
Cidade de
tantos muros
E poucos
rios
Nervos,
corações e armações:
Todos
petrificados
A grama
cheia de energia
E
calçadas frias
São
aconchegos de vidas
Bocas de
lobo
Gritam de
desgosto
E quase
engolem todos
Filas
infinitas
Tentam
disciplinar
A
impaciência sem limites
E os céus
ficam cinzas
Ora pela
poluição
Ora pela
situação
Ora pela
desilusão
Ore para
a solução
Oras
Você não
assiste televisão?
Você não
lê o estadão?
Você não
vê os olhos do cidadão?
Pare de
respirar
Pois há
algo de impuro no ar
A cidade
Fica seca
por uma gota
E quando
elas caem
A cidade
se enche toda
Cadê a
cantoria da Cantareira?
Não
adianta aumentar o som
Pois o
volume está morto
E as
torneiras se calam
E ficam
de luto
No fundo,
no fundo
Os canos
respiram fundo
E esperam
por uma luz no fim do túnel
Mas que
seja uma luz
Sem conta
de consumo
Essa luz
vai ser
A solução
de tudo
Agosto 2015
E as torneiras se calam
E ficam de luto |
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