quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Vida celular

De calça, saia ou vestido
A gente sai vestido de celular
No bolso, na bolsa e sempre à mão
Cargado ou descarregado
Carrego meu celular
Ele está sempre lá
Meu celular

Aparelho pequeno
Importante e imponente
Sem ele fico impotente
Me vejo indigente
Me veem indiferente
A gente nem se sente gente

Gente!
Isso não faz sentido!
Às vezes me lembro
De tempos idos
Daquele tempo antigo
Época da dactilographia
Eram teclas e teclas de montão
Por isso tantos dedos à mão
E quanta agilidade
E agora com essa modernidade
Apenas dois ‘dedão’
Pra teclar e se comunicar
Sobram dedos bem ao alcance da mão

Olhos na tela e boca fechada
Conversa só entre aspas
Interação com o outro lado do mundo
E um mundo mudo
Aqui, do outro lado do muro
Ao nosso lado...
Calado

Interação virtual
Carência do real
Longe do ideal
Isso é surreal
Setembro 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário