A janela tem cortinas,
De rendinhas ou babados,
De florzinhas e bordados.
São delicadas e transparentes,
Ou sisudas de blackout.
Janela tem um pouco de
mistério,
Ela se cuida de qualquer
vitupério,
E deixo só um pouquinho à
mostra.
Essas são bonitas e charmosas.
Mais do que aquelas todas expostas.
As vidraças limpas e
transparentes,
Deixam tudo claro e
evidente,
Ou não, é só pra enganar a
gente,
Que toda janela é frágil e
dependente.
A noite desce,
E toda boa janela sabe,
Do poder sedutor do luar.
Mas suas venezianas se fecham,
Se armam e guardam,
Suas fragilidades e intimidades.
As janelas não se abrem a
todos,
Ou para qualquer um.
Lá dentro elas têm seus conceitos,
Seus valores e preceitos,
Ao amanhecer,
Vem o frescor do orvalho,
E pardais ou canários,
Pousam e fazem cantos
diários.
Eles insistem e as venezianas,
Acordam para mais uma manhã.
As janelas permitem,
E o frescor dos raios de
sol,
Aquecem o seu interior.
Janelas são exemplos pra
humanos,
Moças, mulheres e
marmanjos.
As janelas dos outros,
São frágeis, sujas ou quebradiças,
São velhas e descascadas,
Escancaradas ou muito fechadas.
O melhor é que cada um,
Cuide de sua própria
janela:
À noite pode invadir um gatuno,
E de dia pode entrar todo mundo.
Janela é de vidro e não de ferro!
E enquanto isso, os ventos
uivam,
E as venezianas se irritam,
E se batem pra lá e pra cá.
As dobradiças reclamam,
Mas seu dono as ignora.
E por detrás das cortinas,
Ele fica de manhã até à
noitinha,
A observar as janelas
vizinhas.
Novembro 2012
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