Dezembro chuvoso lá fora,
Avisa que o fim do mundo se atrasou.
Aqui dentro no porão inglês,
A mesa fica molhada,
Do suor gelado de meu copo.
A minha cerveja fica quente,
Pedindo que tudo se acabe.
Eu concordo com a loira e peço outra.
A bartender aceita meu pedido,
E traz um copo, papel e caneta.
É o que preciso pra escrever um testamento,
E atestar meu pensamento.
Como testamento eu deixo a todos,
A minha vontade,
De voltar a soltar os cabelos,
Em meio aos ventos,
E cilindradas em duas rodas.
Deixo litros e litros,
Repletos e transbordantes,
De lágrimas salgadas,
E esguichadas aos cântaros,
Por alegrias descontroladas,
E gargalhadas de doer a alma.
Deixo litros e garrafões,
Chorados e esgoelados,
Em terras de gringos,
A milhas e milhas distantes daqui.
Deixo garrafões e tambores,
Cheios até a boca,
Escorrendo pelas bordas,
Com lágrimas gosto de sal,
Por causa de sentimentos mil,
Que vinham a mil,
Desde os tempos do vinil.
Ah, eu também deixo,
Minha vontade de cantar,
Blues, jazz e rock,
Além de MPB de minha terra.
Ao fundo uma gaita cortante,
Como que sendo tocada,
Numa estrada empoeirada do Texas;
Um sax riscando a noite fria,
De São Paulo ou Nova York,
E a bateria batendo e batendo forte,
Se confundindo e se misturando,
Ao ritmo da caixa de som de meu coração;
E o solo de uma guitarra,
Chorando um metal anos 70 ou 80,
Like a rolling stone knocking, knocking on heaven’s door,
In a cold November rain.
Deixo também,
Algumas linhas escritas,
Com versos pobres,
E rimas mal feitas,
Para tentar tocar o coração,
De pessoas que lêem,
E não reparam nessas bobagens e futilidades.
Por fim,
Deixo algumas contas,
Que prometi que pagaria,
Mas não paguei.
E daí? Poe no SPC e proteste!
Só não garanto estar presente na audiência.
Eu também deixo atestado,
Que eu te amei.
Mas eu confesso,
Foi um verbo pouco usado.
Culpa de nós dois: eu e a vida.
Eu me envolvi demais com a vida,
E a vida se intrometeu demais em minha vida.
Sure I could... I’ll be there for you...
Esse é o meu testamento.
E o seu, como vai ser?
Olhe para a sua vida,
E ateste por escrito.
Uma coisa eu sei e tenho dito:
Seus garrafões, tambores e litros,
Tem de encher até a borda,
Escorrer e inundar toda a sua vida.
Já é tarde, vou pagar a conta,
Sair do porão e ir pra rua.
Chove aos cântaros,
E os bueiros estão cheios de tudo.
Have you ever seen the rain,
In a hot December night?
Avisa que o fim do mundo se atrasou.
Aqui dentro no porão inglês,
A mesa fica molhada,
Do suor gelado de meu copo.
A minha cerveja fica quente,
Pedindo que tudo se acabe.
Eu concordo com a loira e peço outra.
A bartender aceita meu pedido,
E traz um copo, papel e caneta.
É o que preciso pra escrever um testamento,
E atestar meu pensamento.
Como testamento eu deixo a todos,
A minha vontade,
De voltar a soltar os cabelos,
Em meio aos ventos,
E cilindradas em duas rodas.
Deixo litros e litros,
Repletos e transbordantes,
De lágrimas salgadas,
E esguichadas aos cântaros,
Por alegrias descontroladas,
E gargalhadas de doer a alma.
Deixo litros e garrafões,
Chorados e esgoelados,
Em terras de gringos,
A milhas e milhas distantes daqui.
Deixo garrafões e tambores,
Cheios até a boca,
Escorrendo pelas bordas,
Com lágrimas gosto de sal,
Por causa de sentimentos mil,
Que vinham a mil,
Desde os tempos do vinil.
Ah, eu também deixo,
Minha vontade de cantar,
Blues, jazz e rock,
Além de MPB de minha terra.
Ao fundo uma gaita cortante,
Como que sendo tocada,
Numa estrada empoeirada do Texas;
Um sax riscando a noite fria,
De São Paulo ou Nova York,
E a bateria batendo e batendo forte,
Se confundindo e se misturando,
Ao ritmo da caixa de som de meu coração;
E o solo de uma guitarra,
Chorando um metal anos 70 ou 80,
Like a rolling stone knocking, knocking on heaven’s door,
In a cold November rain.
Deixo também,
Algumas linhas escritas,
Com versos pobres,
E rimas mal feitas,
Para tentar tocar o coração,
De pessoas que lêem,
E não reparam nessas bobagens e futilidades.
Por fim,
Deixo algumas contas,
Que prometi que pagaria,
Mas não paguei.
E daí? Poe no SPC e proteste!
Só não garanto estar presente na audiência.
Eu também deixo atestado,
Que eu te amei.
Mas eu confesso,
Foi um verbo pouco usado.
Culpa de nós dois: eu e a vida.
Eu me envolvi demais com a vida,
E a vida se intrometeu demais em minha vida.
Sure I could... I’ll be there for you...
Esse é o meu testamento.
E o seu, como vai ser?
Olhe para a sua vida,
E ateste por escrito.
Uma coisa eu sei e tenho dito:
Seus garrafões, tambores e litros,
Tem de encher até a borda,
Escorrer e inundar toda a sua vida.
Já é tarde, vou pagar a conta,
Sair do porão e ir pra rua.
Chove aos cântaros,
E os bueiros estão cheios de tudo.
Have you ever seen the rain,
In a hot December night?
Dezembro 2012
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