Parece jogo de xadrez.
A gente somos pião,
Damos um passo por vez,
E andamos pelo campo de xadrez.
Peão não anda de lado,
E nem anda pra trás.
Peão que é peão,
Olha adiante e anda pra frente.
E nem anda pra trás.
Peão que é peão,
Olha adiante e anda pra frente.
As vezes somos torres,
Nos sentimos fortes,
Rápidos e imponentes.
Às vezes somos uns cavalos.
Pastamos a vida toda.
Relinchamos de bronca,
E damos coices em quem apronta.
Quanta ignorância!
Cheiramos a pasto e usamos cabresto,
Que nos puxa o tempo inteiro.
Tem mais pangaré perrengue,
Do que corcéis puro sangue!
Bispos vemos aos montes;
Os noticiários que nos conte!
Tem umas se sentindo rainhas,
Altas e esguias,
São verdadeiras enguias.
Belas, ágeis e poderosas,
Sentem-se as perigosas.
Pena que abrem suas bocas,
Aí o nível desce,
E viram plebéias.
Modelos playboyas,
Mas mocréias de idéias.
Todos nos sentimos rei.
Almejamos glória e triunfo,
Aceitamos saques e despojos.
Mas somos vulneráveis.
Quando ameaçam nosso reino,
Corremos para o nosso trono.
E assim caminhamos,
E percorremos nosso tabuleiro.
Quadrado por quadrado,
Mantemos nosso caminhado.
Ora simples peões,
Ora reis glamorosos.
Ora tomando cheques,
Mas nunca jogando a toalha.
Quem está do outro lado,
Também andando quadrado por quadrado?
O Deep Blue ou o Kasparov?
O que importa é quem está deste lado,
Pensando no próximo movimento a ser jogado.
Este jogo vital é puro drama.
Não é de dama e nem pra ‘damas’.
Vai encarar o tabuleiro,
Ou derrubar o seu rei e entregar o reino?
Maio 2013