Eu nunca comi caviar,
E nem velejei no mar.
Nunca voei de helicóptero,
Nem entrei num sarcófago.
Nunca bebi Moët Chandon,
E nunca vi nenhum dom.
Nunca vi uma anaconda,
E nunca pendurei nenhuma conta.
Nunca fui o primeiro da classe,
E nunca voei de primeira classe.
Mas não canso de repetir:
Nunca repeti de ano.
Nunca me chamaram pra um safári,
E nunca me chamaram de safado.
Falando nisso, nunca fui político,
E nunca me chamaram de cínico.
Já estive na Alemanha,
Mas não conheço a França.
Nunca fui à Zona Franca,
E nem nunca paguei fiança.
Nunca fumei nem traguei.
Nunca cheirei nem injetei.
Nunca queimei nem trafiquei.
Nunca usei crack da droga,
E nunca fui craque da droga da bola,
droga!
Nunca fui encarcerado,
Por ser inocente ou culpado.
Não cometi assassinato,
Mas já vesti meu tio no necrotério.
Pra muitos é um tédio,
Mas passei muitas noites em cemitérios.
Pra muitos pode ser mentira ou mistério,
Mas tudo isso é sério.
Eu não ensinei meu filho,
A andar de bicicleta,
E nem como usar uma cueca.
Nunca troquei sua fralda,
Descartável ou de pano.
Por essas e muitas outras,
Não posso e nunca serei,
Um ‘pai do ano’.
Mas cometi alguns acertos...
Se eu não me engano!
Nunca li uma história,
Pro meu filho dormir,
E nunca o acordei e o fiz sorrir.
E pra colocar um fim,
Eu ainda devo e não paguei,
Uma lua de mel pra Cris.
Agosto 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário