sexta-feira, 10 de outubro de 2014

EXtrada

A estrada parece amiga de todos
Nos permite de tudo
E nem pergunta quem somos

Que dama charmosa
De curvas perigosas e sinuosas
Ela envolve os mais ávidos
Pra não devolver suas vidas
Eles vivem passando dos limites
E morrem jovens
Talvez aos 80, 100 ou 120

Que presa cheia de pressa
Tão fácil de pegar

A estrada se adorna e se pinta
Pinturas e tinturas
Com marcas chamativas
Que cativa suas vítimas automotivas

Eles se deixam e tonteiam
Em suas curvas de serpentes
A estrada tem canto
E encanto de sereia
Na hora do beijo
Tudo vai pro brejo
A queda é grande
Do tamanho dum desfiladeiro

Naquele momento derradeiro
Ela olha pra baixo
E sorri por um momento
Na beirada de seu acostamento
E seu sorriso de vitória
Tem cheiro de borracha
E som de pneu careca
Ela chamou pra bailar
E só ele rodopiou e dançou

Mas na estrada nada para
E tudo continua
Ela volta a desnudar suas curvas
Para o próximo animal
Que se gaba e se enfuna:
Seria um lobo da estrada
Ou um coiote do asfalto?
E a estrada vai ao encalço
De mais um asno volante.
Outubro 2014

Que dama charmosa
De curvas perigosas e sinuosas



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