Eu
vi pela janela
Guerreiros
saindo ainda sob o luar
Indo
brigar e lutar
E
trazer o pão do despojo
Ao
final da tarde
Às
vezes tarde da noite
Eles
voltavam com o leão morto
Pela
janela eu vi tudo isso
Eu
coadjuvante
Vi
o reflexo de meu semblante
Lembrando
meu passado
Passado
bem ou mal passado
Mas passado não tão distante
Os
meses arrastaram os dias
E
eu me agarrava às horas
Sem
muitos arranhões
Cheguei
ao fim
Pra
tentar começar ou continuar
O
velho de novo
Fiquei
à toa
Tendo
muito a fazer
Atordoado
de mãos atadas
Fiquei
fazendo contas
Afinal
de contas
Contas
com “C” maiúsculo
Chegam
a cada minuto
A
cada tributo
É
cada absurdo!
O Serasa que o diga
O Serasa que nos tenha
Amém
Usei
as quatro palavras do quadrado mágico
Quase
um quarteto fantástico:
“Por favor, com licença
Me desculpe, obrigado”
Foram
muitas desculpas solicitadas
Mas
soavam e cheiravam
A
desculpas esfarrapadas
Perdão
mas vou ficando por aqui
Durante
o ano findo
Descarreguei
e aliviei a carga da caneta
Mas
a minha ainda tá pesada
2015 me chega com o dedo em riste
Querendo que eu desiste
Eu
só digo o seguinte
O
jargão de 14 pra 15:
Sabe
de nada inocente
E
digo mais
Doa
a quem doer
Pra
quem me destoa
Tô
à toa
Mas
não estou de boa
Dezembro
2014