Palavras
letradas
Palavras
erradas
Palavras
sem consoantes
Palavras
que soam como antes
Palavra
igual lança
Palavra
que acalma e amansa
Palavra
com aroma de rosa
Palavra
boa de prosa
Palavras
presas na garganta
Palavras
na língua solta
Palavras
na emoção do coração
Palavras
na cabeça, cheias de razão
Palavras
soltas ao vento
Palavras
soltas sem pesar
Palavras
que não deveriam ser soltas jamais
Palavras
iguais folhas, vão e não voltam mais
Palavras
cegas, quando vê já falou
Palavras
mudas, não dizem nada
Palavras
que dizem muito, sem palavras
Palavras
que marretam e destroem
Palavras
que alicerçam e constroem
A
boca solta palavras
Palavras
iguais colunas na vertical
Palavras
iguais paisagens na horizontal
Procuram igualdade numa letra
Então viram palavras cruzadas
Vem
e vão
E
dão vida ou morte
Pra
quem vai e pra quem vem
Na
dúvida ou na incerteza
Deixe
a palavra presa
Engula
e deixe-a na clausura
Vai ficar um nó
Mas não tenha dó
Melhor
refiná-la no ventre
Do
que vomitá-la na frente
De
tudo e de todos...
Senão,
caro leitor
Nem apronte
os tímpanos
Pois
palavrões serão ouvidos
Dezembro
2014
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