segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Ano à toa

Eu vi pela janela
Guerreiros saindo ainda sob o luar
Indo brigar e lutar
E trazer o pão do despojo
Ao final da tarde
Às vezes tarde da noite
Eles voltavam com o leão morto

Pela janela eu vi tudo isso
Eu coadjuvante
Vi o reflexo de meu semblante
Lembrando meu passado
Passado bem ou mal passado
Mas passado não tão distante

Os meses arrastaram os dias
E eu me agarrava às horas
Sem muitos arranhões
Cheguei ao fim
Pra tentar começar ou continuar
O velho de novo

Fiquei à toa
Tendo muito a fazer
Atordoado de mãos atadas
Fiquei fazendo contas
Afinal de contas
Contas com “C” maiúsculo
Chegam a cada minuto
A cada tributo
É cada absurdo!
O Serasa que o diga
O Serasa que nos tenha
Amém

Usei as quatro palavras do quadrado mágico
Quase um quarteto fantástico:
“Por favor, com licença
Me desculpe, obrigado”
Foram muitas desculpas solicitadas
Mas soavam e cheiravam
A desculpas esfarrapadas

Perdão mas vou ficando por aqui
Durante o ano findo
Descarreguei e aliviei a carga da caneta
Mas a minha ainda tá pesada
2015 me chega com o dedo em riste
Querendo que eu desiste
Eu só digo o seguinte
O jargão de 14 pra 15:
Sabe de nada inocente

E digo mais
Doa a quem doer
Pra quem me destoa
Tô à toa
Mas não estou de boa
                                                 Dezembro 2014


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