A
realidade é primeira gaveta.
Todos
os dias a abrimos,
Para
mais um dia.
Realidade
é pé no chão.
Chão é firme,
mas é duro e frio.
O sonho,
Fica na segunda
gaveta.
À
noite a gente sonha,
E
viaja pra lá e pra cá.
A gente deita
no céu,
Forrado
com lençol de cetim,
Aproveita
e pisa macio,
Em nuvens
de algodão.
Pode
voar sem ser peixe,
E
nadar sem ter asas.
A gente
aparece e desaparece,
Sem
precisar existir.
Tem-se
super poderes,
Sem
grandes afazeres.
A gente
estica o braço,
Alcança
e pega o sol e a lua,
Poe um
num suco de uva,
O outro
enfeita um bolo.
É
só olhar logo ali,
E
tirar o rosa do arco Iris,
Pintar
um quarto de menina,
E
deixar uma criança feliz.
No
escuro ou no clarão dum sonho,
A gente
encontra pessoas que nunca viu,
E
reencontra gente que já se foi.
Chora
um choro real,
E
gargalha uma risada sem igual.
O
travesseiro seco ou molhado,
Descansa
a sua cabeça,
E é
testemunha de tudo.
A gaveta
do sonho é grande,
Tem
espaço pra um monte de coisas.
Quando
não cabe mais nada,
A
gente aperta aqui e ali,
Soca
ali e aqui.
Sonho de
padaria azeda e estraga,
Sonho da
gente fica velho,
Mas não
tem prazo de validade.
Tem
gente que diz,
Que
aquele sonho é tipo assim,
Sem
pé, sem cabeça e sem nariz.
Ainda
bem que não tem,
Senão
seria realidade,
Disfarçada
de sonho.
Às vezes,
nem sempre,
Realidade
e sonho se misturam,
E um
parece que é o outro.
Aí
quando acordamos,
Vemos
que o sonho é real,
Ou
a realidade é um sonho.
E se pudéssemos
trazer o sonho,
Para
nossa realidade,
Ou fazer
de nossa realidade,
Apenas
um sonho?
É
melhor cada um em sua gaveta,
Senão
realidade e sonho,
Viram
pesadelos...
Ou
não...
Janeiro 2013
Verdade. Cada um em seu lugar e no tempo certo. Precisamos da realidade, apesar de dura e fria. Precisamos dos sonhos para amenizar a dureza e a frieza da realidade. Se vividos separadamente seremos pessoas inconstantes!!!
ResponderExcluirOlá, Celso. Obrigado por ter lido e postado seu comentário. Abraço.
ResponderExcluir