Eu
observo o leite fervendo,
E
já faz tempo.
Eu observo e nada faço.
O
que faço é observar,
O
leite a borbulhar.
Desde o início do ser humano,
O leite vem se esquentando.
Parece
vulcão enfurecido,
Que
outrora estava adormecido.
Quando o gigante desperta,
Todo mundo se desespera.
Mas
a caneca é toda aberta,
E
não esconde nada de ninguém.
Ela é vítima e não tem culpa.
Nessa
realidade,
Todos
são vitimados,
Todos
são culpados.
O mais inocente é o fogão,
Que só esquenta a situação.
E
o leite passou da metade,
E
nós passamos das medidas.
E todos ficamos de boca aberta,
E de braços cruzados.
Quero
ver até onde isso vai dar...
E não dá outra!
Agora
basta uma distração,
Com
a situação,
Pro
leite se escorrer pelo fogão,
E
se esparramar pelo chão.
A situação pediu um basta!
O
fogão abriu suas bocas,
E
o calor avisou pelos polos.
A caneca apitou,
Mas ninguém esquentou.
As
geleiras se derreteram por nós,
E
nós respiramos fundo pela Amazônia.
O buraco se abrindo lá em cima,
Era sinal que o buraco é mais embaixo!
Agora
não dá mais tempo,
Pra
pedir um tempo.
Agora é só sentar e chorar,
O leite que vai derramar...
Setembro 2013
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