Hoje
eu vi um sujeito.
Muitos diriam que é um suspeito.
Outros
que era um ‘sem jeito’.
Muitos outros arriscariam que não tinha
jeito.
Mas
todos, sem respirar fundo,
Diríamos
que é um mendigo.
Nada mais e muito menos que isso.
Mais
um à toa de vida boa.
Menos um pra pagar imposto,
Pra viver de encosto.
Quantos
adjetivos qualitativos,
Discriminativos
e depreciativos!
Eu,
meio sem jeito,
E
suspeito em dizer,
Apenas
pensava comigo e por todos:
Hoje é ele que está ali,
Mal tratado e maltrapilho,
Todo cinza, esquecido,
Mal visto e maldito,
Por nós que nos achamos coloridos.
Amanhã,
quem sabe,
(E não quero saber),
Eu
desço e ele sobe,
Neste
sobe e desce,
Nestas
rodas e voltas,
Que
o mundo dá e depois cobra.
E naquela situação,
Eu não vou ter como pagar, não!
Eita
mundo com poeira e sem porteira,
Sem eira nem beira.
Mundo que parece mar revolto,
Que afunda barcas e embarcações.
Olhando
por cima,
É
fácil ver o sujo que boia.
Difícil é olhar o profundo,
Onde o olho não vê o escuro.
A
prata e o ouro do tesouro,
Repousa
longe do olho.
Chegar lá é privilégio de poucos.
E
olhe que o ouro,
Fica
coberto de sujo e lodo.
Até parece mendigo esquecido,
Que guarda um segredo no íntimo.
Ali o tesouro fica protegido.
Setembro
2014
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