Eles não são tripla sertaneja,
Nem são trio caipira.
Não usam chapéu de couro,
E não fazem repente com o povo.
Mas às vezes batem o pé,
E levantam poeira,
Dançam forró e até vaneira.
Um nasceu lá longe,
Os outros nasceram por aqui.
Todos eles têm um só sangue,
Que corre, corre igual Formula1.
Parece racha ilegal,
Queimando borracha e avançando sinal,
Na Marginal ou na Radial.
Voam iguais naves no espaço sideral.
Todo dia o SENAI abre os portões,
E os recebe de portas abertas.
A Miriam está lá,
E já a ouvi falar:
Esses são uns meninos,
Que dá gosto ter por aqui.
Por onde andam deixam marcas,
E são marcas boas de deixar.
É possível ver pelo chão,
Respeito e amor cristão,
Obediência às autoridades,
Rastros de responsabilidade,
Fragrância de juventude,
Firmeza nas atitudes,
Inteligência direcionada,
E postura disciplinada.
Tudo isso e muito mais,
São rastros e indícios,
Deixados pelos meus filhos,
Que estiveram por aqui,
E estão sempre por aí.
É caminho,
Que qualquer um pode seguir;
Impossível de se desiludir.
Mas lá na frente, bem à frente,
É o Pai quem toma a frente,
E o trio segue obediente.
Eu sei, são jovens e dão dor de cabeça,
Mas basta um ‘comprimido’ e logo passa.
Infelizmente uns adolescentes,
Causam muitas dores e pesares.
A mãe emagrece e o pai perde os cabelos.
Eles tentam de tudo e mais um pouco,
Suas energias e recursos mínguam,
E se esvaem igual água pelo esgoto.
Meu peito parece de pombo,
De tanto orgulho que demonstro.
Todos os lugares que eles vão,
SENAI, colégio ou Salão,
Sempre deixam boa reputação.
Reputação não se negocia,
É coisa com que se vive,
E que se leva pela vida.
Reputação é cartão de visita,
Mas às vezes é porta de saída.
Aí é visita mal vinda.
Novembro 2012