Parece
que Geraldo,
Rima
com baixo.
Mas o meu tio Geraldo,
Era mais ou menos alto.
Ele
era matutão da roça.
Deixou o mato de Minas,
E caiu de paraquedas,
Na São Paulo de pedras.
O
bigodinho minúsculo,
Quase
não era visto,
Em
cima do lábio fino.
Ele
era quieto e falava pouco,
Mas
tinha algumas histórias,
E
causos de caboclo.
Meu
pai era o Zé Naves,
E
ele e o tio Geraldo,
Os
dois bebendo café,
Desenterravam
o baú,
E
saiam histórias de cobras e tatus.
Até onça pintava,
Mas algumas histórias eu desconfiava!
A
tia Dita,
Acho
que sempre foi enrrugadinha.
Ela era minha tia,
Mas eu a tratava como minha vozinha.
Ela
usava vestido de florzinha,
E
o avental protegia seu ventre.
Para minha alegria,
Ela sempre estava na cozinha.
Tião,
Furtuoso e Maria,
Flávia,
Pedro e Salvador,
São
os filhos e filhas do tio e da tia.
Que saudade daquela gente querida!
O
endereço deles eu já sabia.
Ficava na Vila Cisper,
Avenida Cangaíba.
Era
periferia da capital paulista.
Então
eu olhava pro alto,
E
dizia baixinho pra minha mãe:
Quero tomar
café da dia Dita.
A
boquinha enrrugadinha da tia,
Se
abria e sorria.
Eu bebia o café,
E comia bolo que ela fazia.
Os
anos 80 mal começaram,
E
os anos do tio Geraldo,
E
da vozinha tia Dita,
Com
o tempo ficaram pesados.
Um fechou os olhos e se foi,
E poucos meses depois,
O outro também se foi.
Eles
voltaram a ser dois,
Na
memória do criador,
Nosso
Deus, nosso senhor.
Como
era bom ser criança.
Eu tinha irmão, irmã e minha mãe,
E meu pai ainda vivia.
Que
adorável infância,
Era
a minha vida,
Com
o tio Geraldo,
E
a querida tida Dita.
Novembro 2013
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