Pela
janela alguém olha.
Quem está lá fora?
Ele
não bate na porta,
E
entra sem demora.
Ele senta e se acomoda,
E nem se incomoda.
Se
esparrama pelo chão,
Na
poltrona e no colchão,
E
escolhe o programa na televisão.
Domingão ou mensalão?
Copa ou aumento do feijão?
Tudo
não dá em nada,
E
nem vale a pena ver de novo.
Tudo é mais da mesmice.
Quanta
abundância de redundância!
A
gente fica apático, estático;
Com
sono, sem fome;
Sozinho
e com frio.
Sem sombra e sem dúvida,
Com certeza é a perfeita situação.
Do
desânimo é presa perfeita.
O
sol esfria e se apaga;
A
noite escurece sem estrelas;
As
flores murcham sem cheiro.
Lá fora e aqui dentro,
Aqui fora e lá dentro,
É tudo igual e tem o mesmo jeito.
A
vida perde sabor e graça,
A
graça da vida se perde,
E
o desânimo cresce e aparece,
Nos
entristece,
E
a gente nem percebe.
O
desânimo te consome,
E
some com o ânimo.
Aquele trabalho nunca é pra hoje,
O que é pra hoje dá muito trabalho.
Porque
fazer amanhã,
O
que pode se fazer depois de amanhã?
A dieta é pra segunda,
A casa tá imunda,
A vida fica uma bagunça.
Dá
preguiça só de pensar.
“Então
não pense pra não cansar”,
É o modo desânimo de pensar.
Mas
o desânimo não pensa!
Pra desalentar ele pensa que pensa.
Ele
pega o controle remoto,
Pra
controlar o modo da vida.
Então
feche a porta,
O
desânimo não perde a hora.
Abra o olho,
E ponha sua barba de molho.
Ânimo
na vida!
A vida é animada,
Mas precisa ser vivida.
Estudo,
trabalho e laser,
O
dia é hoje pra se fazer.
O descanso é necessário,
Mas cuidado!
O
descanso evolui pra preguiça,
E
regride para desânimo.
O desânimo volta animado,
E fica lado a lado ao seu lado.
Cadê o controle
remoto?
Dezembro 2013
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