Estudei da 1ª até a 8ª série na Escola Municipal de Vila Praia, zona leste de São Paulo. Os anos passaram, mas a saudade fica daqueles anos sem muitas responsabilidades, mas com a ajuda de professores e colegas, todos colaboraram para a parte boa da pessoa que sou hoje. Obrigado professores, obrigado colegas, obrigado meu Deus.
_______________________________________________________________
Camisa
branca,
Branco
igual àquela geração.
Branco de mistura,
De puro com ingênuo.
Branco
sabor chiclete,
Que
grudava no cabelo e na calça da gente.
Branco criança,
De bolinha de gude,
E menina de trança.
Branco
da cor do barro,
De
campinho de terra.
Branco da cor de caderno,
Que com o tempo,
Toma forma de juízo,
Caráter e atitude.
Branco
da cor de amarelinha,
Rabiscada
num asfalto preto,
Na
vila vizinha perto da minha.
No
pé, sapato preto,
Ou
kichute com chulé.
Às vezes o chinelo era usado,
Mas virava sapato.
O
uniforme tinha azul;
Não
era azul brasileirinho,
Mas
era azul marinho.
Calça comprida de moleque,
E saia rodada de menina.
Era
azul mas não era anil,
Era
mais forte do que o azul do Brasil,...
Aliás,
era época que nem parecia Brasil.
Azul criança esperança;
Mas era criança que corria e construía,
A sua própria esperança.
Azul
forte, cor gritante,
Da
tonalidade e vigor de estudante.
Geração
azul e branco,
De
São Paulo suburbano.
Na camisa tinha um brasão,
O bolso a mãe costurava,
E ficava em cima do nosso coração.
Essa
era geração Vila Praia;
Que
cresceu e virou adulto;
Mas
quando criança viveu igual criança.
Março 2014