O
silêncio chegou com a noite,
E
o escuro pintou o ar.
O ventilador faz não,
E espalha o calor,
Pelos quatro cantos do quarto.
É
engraçado ver os pernilongos,
Voando
meio tontos,
Todos
sem plano de voo.
O
cão do vizinho está inquieto,
E
avisa que seu turno é agitado.
Ele se estressa com as entregas,
Encomendas noturnas que intriga.
O
vigia apita,
E
avisa pra quem precisa:
Ele
está aqui e não na vila vizinha.
A
minha insônia não tardou,
Chegou
e se deitou.
Ela não dorme no ponto!
Meus
sonhos ficaram para outra noite,
Meus
pesadelos são pra hoje.
No
quarto ao lado,
Meu
filho espanta sono e pernilongos.
Suas armas são de cordas,
Nylon, metais e vocais:
Uma gaita e cantorias,
Um violão e muitos gritos.
Ai
de meus ouvidos.
Sinto muito pelos vizinhos...
Ou vice-versos!
Lá
no alto, embaixo do telhado,
A
caixa d’água mata a sede,
A
água sai pelo cano,
E
a caixa fica toda cheia.
O
rádio relógio cura sua crise,
Agora
ele é só relógio.
Já estava na hora!
Seus
números me olham assim,
Com
olhares desse tamanho!
Ainda está tarde ou já está cedo?
Conto
meus carneiros,
Mas
perco a conta.
Conto, reconto,
E conto com eles,
Mas o galo canta e eles se dispersam.
Eu
continuo desperto,
E
me desespero.
Ouço
um espetáculo vindo da avenida.
Borrachas fritando e pneus gritando,
Plásticos e metais num atrito louco.
Mais
um show de mau gosto!
Meu
sono deveria ser um prazer,
Mas
seu atraso é meu tormento.
Se ele não vier,
Sei lá o que será de mim amanhã...
Amanhã que já é hoje!
Março 2014
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