A
mamãe diz que em seu ventre,
Contém
um projeto de gente.
Uma
casa com bola e boneca,
Diz
que ali contem criança sapeca.
O
jornal da noite diz que não contém,
Nada
de nada pra entreter.
Gente
bonita na TV,
É
certeza que contém músculos,
E
minúsculos conteúdos,
Em
cérebros de moluscos.
Nos
estádios reformados,
Com
orçamentos deformados,
Contém
um povo alucinado,
E
outro elitizado.
Enquanto
não acaba o campeonato,
A
prefeitura diz que sim,
A
poeira se contém, mas grita não bem alto,
E
a nossa rua continua sem conter asfalto.
Uns
tantos dizem sim,
Uns
fulanos dizem não,
E
eu fico nesse furacão,
Contentando-me
em me conter,
Em
manter meus pés no chão.
Contido
ou não contido?
Contém
ou não contém?
Nessa sociedade insaciável,
Contenho-me em viver com todos,
E não prejudicar ninguém.
O
melhor que posso fazer,
É
ir ao mercado ou armazém,
E
procurar se tem,
Algo
que não contém glúten,
Para
alguém que eu quero bem.
Março 2014
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