Deu
no jornal da noite,
Aquele
que fala ‘boa noite’,
E
naquele outro também,
Aquele
que fala ‘tudo bem?’.
Muitas pessoas na delegacia,
Todos enrolados com a polícia,
Algemados e trancafiados,
Traficantes ou usuários,
Estupradores ou aliciantes,
Meliantes ou assaltantes.
Todos
são animados e unânimes,
E
se dizem inocentes e injustiçados.
O
crime tenta ser justo,
Tem
olhos tapados e aceita engravatados,
Pé
rapados ou escolarizados.
O crime tem seu conceito,
De não ter preconceito,
Todos são bem aceitos.
Tá
na moda e é atual,
Aparecer
na TV e no jornal,
Mas
só se roubar mais de um milhão,
Senão
vai ficar na prisão.
Se usar terno,
Fica em regime semiaberto.
Pode
sair e até trabalhar,
Dar
uma saída e fazer trotuá,
Beber
vinho e comer caviar,
Voltar
pra cela individual,
E
cumprir sua penosa pena.
Tem
ladrão que tem vergonha,
Tapa
a cara com camisa ou fronha.
Outros se sentem mártires,
Vão em cana fazendo V da vitória.
Querem ir pro livro de história.
Socam
o ar com punho fechado,
Parecem
o Pelé no gol mil marcado.
Peitos estufados seguem destemidos,
Detidos em seus cárceres suspeitos.
Tudo
é suspeito neste berço esplêndido.
Posso até ser suspeito,
De suspeitar desses sujeitos.
É
tanta sujeira que a gente suspeita.
Parecem super-heróis,
Que nenhuma jaula os detém,
E nenhum mortal os destrói.
Mas
se alguma kriptonita,
Lhe
der dor de barriga ou disenteria,
É
só ir à uma clínica de gente grã-fina,
Fazer
exame e tomografia,
Ressonância
e endoscopia.
O resultado sai no mesmo dia!
E
depois pleitear uma pena domiciliar,
E
cumprir às ‘duras penas’,
O
restante da sentença.
Que pena que dá!
Eu
digo e todos repetem comigo:
Quem
é honesto,
Não
rouba botão nem um milhão,
E
é livre pra ir e vir.
Dá pra ver daqui da sala,
Pelas grades de minha casa.
Março
2014![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhowIe5OnKQgPfvY7hlWv9y3zX7EQhCQ8PURlgObWSKRrpEWYs6O9TM9922Yz7M6sYIImMqmTraU2H9F7_dFIo25qs5QRQmW3vDB1ZpBU-yYFujdl04_LidWmJP58oo1-o8C3Xb0BUel-Q/s400/images-e-a0-ea055df7c502a4d5ba8eee6a74abc273651a128d.jpg)
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