Como
é bom ver tudo “melhorando”,
Enquanto
tudo vai se perdendo.
Tá
tudo nos apertos,
E
os parafusos todos soltos.
Bons
ventos sopram a barca furada,
Da
humanidade de ressaca.
A
copa se organizando,
E
minha despensa se empoeirando.
Aeroportos
voando baixo,
Bem
lá nas alturas,
E
eu aqui embaixo,
Pelas
calçadas e suas rachaduras.
O que o pessoal alega,
É a famosa falta de verba.
Pra
mim,
Isso
é verba pra boi dormir.
Mas eu tenho que continuar,
A pastar e engolir.
A
TV preto e branco,
Mostra
a dama de vermelho,
Sorrindo
e dizendo pelos cotovelos,
Que
tá tudo azul na América do Sul.
É
gente muito educada,
E
pedem pra gente melhorar,
Nossos
estádios de espírito...
Me sinto lançado às arenas,
Pro mundo assistir,
Através de suas antenas.
Cá
com meus botões faltando,
Acho
que tudo é pra inglês vê,
E
sair falando.
Tem
um povo por aí,
Que
gosta de um couro pra chutar,
E
um pandeiro pra descer o dedo!
Eu não sou de couro,
Mas já chutaram meu lombo.
Reclamam
que reclamo demais,
Mas
já vi muito de menos.
E já ouço os tambores e enredos,
Decorados e pelados.
Vem
logo, Fevereiro,
Pra
uma legião acalmar os nervos,
E
esquecer os entreveros.
Fevereiro 2014
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