Filha de um pincel barato!
Parece o ‘seu’ guarda na avenida,
Vive canetando minha vida.
Caneta só tem uma veia,
Nem tem coronária essa otária!
Essa minha vida,
Não tá lá essas coisas.
A sua vida ridícula,
É escrever sobre minha vida.
Vá fazer algo mais útil,
E valorizar sua carga fútil!
Vá fazer palavras cruzadas,
Ou copiar receita da Ana Maria Braga.
Já estamos em abril,
Vai preencher imposto de renda,
E valorizar seu azul do anil!
Seu conteúdo é só tinta,
É carga explosiva,
Destrói e fica na defensiva.
Gosta de escrever sobre mim,
E vai se esconder em algum
bolso,
Ou se infiltrar em algum estojo.
Sua existência é limitada,
E de você eu tenho dó,
Você é intermediária,
Entre nariz e uma carreira de pó!
Mas a sua tampinha toda mordida,
É cara de plástico e nem liga,
Não se irrita e me convida:
Vamos escrever mais sobre sua
vida?
Ah, meu louro José,
Ah meu Chico Bento,
Ah papa Bento,
Será o Benedito?
Será o Francisquinho?
Será o argentino?
Será La mano de Dios?
Me impaciento, lamento,
E o jeito é assentir.
Pego uma folha,
Eu sei que não tenho escolha.
E agora a fofoqueira de tinta,
Vai saber mais da minha vida.
Um dia ainda vou ver,
Essa imitação de broxa,
Se borrar toda e ficar na pior,
Em uma camisa branca da Dior,
De um político ou pastor,
De um empresário ou ator.
Prefiro a humildade do lápis,
O lápis escreve e aceita
correção.
Você escreve seus rabiscos,
E ignora seus críticos.
O ser humano deveria rever,
Seus conceitos e modo de ser,
E copiar o lápis e seu jeito de
viver:
Ser de madeira humilde por fora,
E interior com qualidade
superior.
E o seu conteúdo,
Tá mais pra líquido explosivo,
Ou sólido construtivo?
Na dúvida, pergunte ao seu crítico.
Abril 2013
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