Eu
tenho dois pés no chão,
Eu
tenho dois braços e duas mãos.
Minha visão não é 100%,
Bem ou mal eu continuo vendo.
Eu
vou e volto,
E
por aí dou umas voltas,
Sem
cadeira de rodas.
Tenho
casa e comida.
Tenho família constituída.
Sei
que sou minoria,
Mas
pago minhas contas em dia.
Não sei até quando,
Mas eu vou tentando.
Tenho
o poder do falar,
E
ninguém me manda calar.
Às vezes abro a boca e vou ao dentista.
Às
vezes fecho a boca e fico na minha...
Aí
aproveito e vou ao analista.
Tenho
mais de um ouvido,
Ambos
funcionam direitinho.
Minha despensa não vive cheia,
Mas não fica de toda vazia.
No
mínimo arroz, feijão e farinha,
Sempre
tem na cozinha.
Eu
olho e deploro,
A
situação do mundo,
E
me pergunto:
Porque a gente reclama,
Sempre fazemos drama,
Nunca estamos contentes com o que se ganha?
Porque
sempre queremos mais,
E
não nos contentamos com menos?
Ao menos nos alegrar com o que temos!
Porque
usamos a boca como se fosse duas,
E
usamos os ouvidos como se fosse um?
Até
quando veremos tanto a fazer,
E
tantos a não se envolver?
Perdão pela retórica.
Na
verdade essa é uma velha história,
Do
querer pra si sem retribuir;
Do tudo para agora,
Rápido e sem demora;
Do
estar em todas,
Mas
não estar nem aí pra nada.
E daí?
Daí
que pagamos por tudo,
Sobretudo,
Pelo
nosso plantio sem adubo.
Há
controvérsias!
Alguém
pode vir com essa conversa.
Cuidado com essas ideias!
Já
passou da hora,
E
a hora é agora.
Junte as mãos e dobre os joelhos,
E agradeça por hoje e ontem.
E
amanhã?
Tomara
que amanhã,
Tenha
um ‘ontem’,
Pra
dizer obrigado e amém.
Dezembro
2013
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