segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Força da expressão

Passado preso
Prisão da garganta
Depressão na prisão
Pressão pra liberdade
Enfim
Liberdade de expressão

E agora?
O que dizer com fotografias
O que escrever com microfone
O que discorrer com charges
O que desenhar com canetas
O que ouvir com lápis
Parecem cães soltos
Num trânsito revolto
Sem coleira e sem dono
Perdidos numa selva perdida

Como concordar com senso de educado?
Como discordar sem querer matar?
Ó, temos tanto a ofender
Com tão poucas palavras

O limite vai além do céu de muitos
E avança pelo inferno de outros
Mas a respeito do limite
O limite é não ter respeito

A intolerância e a liberdade
Passeiam de mãos dadas
O que importa é a primeira página
O importante
É bombar nas bancas

Em certas terras tome cuidado
Não chame cicrano de cachorro
Aranha ou macaco
Nem diga que fulano saiu do armário
Você pode virar um presidiário
Ah, mas em outros cenários
É livre o escárnio
A caneta goteja o ácido
Abra o olho
Pimenta na fé dos outros
É refrescante e é válido

P@r@ 1 b*m 10entendiment*
P*uc@s p@l@vr@s b@st@m
Janeiro 2015



P@r@ l bom 10entendiment*
P*uc@s p@l@vr@s b@st@m

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Pouca luz

A conta já chegou
O disjuntor nem caiu
A fatura eu paguei
Mas a luz sumiu

Quantos candidatos a culpados
Mesmo sem palanques e calados
Os fios desencapados
Balançavam igual varal descamisado
A ventania ventava
E redundava redemoinhos
Cadê os eletricistas?
Subam nos postes
E gritem lá de cima:
Faça-se luz!

Domingo no escuro
Que dia obscuro
Na rua um carro sisudo
Desfilava com olhos vidrados
O vagalume feito um vagabundo
Rebolou sua luz wireless
E eu chutando
E machucando meu dedão
Nas quinas, esquinas
E cantoneiras pela casa

Pobre de mim
Eu do meu canto
Olhando e secando a lâmpada
E nem era mágica
Nem de Aladdin

Pobre de mim
A lua não colaborou
E seu lugar também se apagou
Ê saudade de brincar com vela
Derreter a cera e queimar a mão
Parecia mini lava de vulcão
Que escorria e derretia
A chama da vela era esguia
Parecia uma dama fina
Olhado pra cima
Mas quando ela finda
Fica cheiro de sem vida

A luz artificial voltou
Mas a minha é natural
E precisa continuar brilhando

Amanhã
Faça luz ou faça sol
Vai ter segunda
                                                Janeiro 2015