segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O especial do Pet

Peterson, ou simplesmente Pet é um colega de classe do Arthur. O Pet é especial em muitos sentidos, mas o principal é que ele é simples, além de ser verdadeiro e amigo.
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Igual ao Pet
Não há outro
Se houver
Será outro
E não o Pet

O Pet é amigo
E parceiro o ano inteiro
Aviso aos interesseiros:
Ele sabe detectar quem não é verdadeiro

O Pet vai pra escola
E aprende a contar e escrever
Enquanto ele aprende
Ele ensina a gente a viver

O Pet parece um verbo a ser conjugado
Um pretérito perfeito
Um presente mais que perfeito
E um futuro de presente

Eu não conheço o Pet
E nem é preciso
O olhar do Arthur
Me faz conhecer o Pet
Eu o conheço de longe
Mas parece que ele está perto

Este é o Pet
Que nunca será reprovado
Ele já nasceu aprovado
Ele nunca repete de ano
O que ele repete e não se cansa
É ser um exemplo de ser humano
Setembro 2015


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Vida celular

De calça, saia ou vestido
A gente sai vestido de celular
No bolso, na bolsa e sempre à mão
Cargado ou descarregado
Carrego meu celular
Ele está sempre lá
Meu celular

Aparelho pequeno
Importante e imponente
Sem ele fico impotente
Me vejo indigente
Me veem indiferente
A gente nem se sente gente

Gente!
Isso não faz sentido!
Às vezes me lembro
De tempos idos
Daquele tempo antigo
Época da dactilographia
Eram teclas e teclas de montão
Por isso tantos dedos à mão
E quanta agilidade
E agora com essa modernidade
Apenas dois ‘dedão’
Pra teclar e se comunicar
Sobram dedos bem ao alcance da mão

Olhos na tela e boca fechada
Conversa só entre aspas
Interação com o outro lado do mundo
E um mundo mudo
Aqui, do outro lado do muro
Ao nosso lado...
Calado

Interação virtual
Carência do real
Longe do ideal
Isso é surreal
Setembro 2015

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Caixa de fósforos

No início nos anos 70, com muitas dificuldades meus pais compraram uma casa na zona leste de São Paulo. Esta casa fica no bairro Jardim Popular, na esquina da rua Amor Perfeito com a então rua dos Jasmins. Com muito carinho, minha mãe sempre chamou esta casa de caixinha de fósforos.
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Caixa de fósforos
Com cinco palitos
Era meio irregular
Meio retangular
Virou um lar
No Jardim Popular
Pouco espaço
Tudo apertado
Tudo calculado
Início meio sem jeito
Na esquina da Amor Perfeito
Não era só rosas a vida ali
Mas a rua era dos Jasmins
Na Zona Leste
Da São Paulo cinza celeste

A poltrona também cinza
Ficou solitária e mais quietinha
O tanque
Já não trabalha como antes
A caixinha de fósforos
Outrora era pequena
Mas agora está gigante
E sobra espaço lá dentro
Os palitos se dispersaram
E se separaram
Cada um foi pro seu canto
Lá fora da caixa

Portas e janelas
Ainda trabalham
Mas não se abrem nem se fecham
Com vigor e disposição
De épocas de caixa cheia

Sinto muito por você
Mas outra caixinha
Na esquina da Rua dos Jasmins
Com Amor Perfeito
Não ocorrerá são cedo

Essa geração teve uma
A próxima terá muitas
Setembro 2015