sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Vidas e maravilhas

Em 25 de setembro de 2013 nasceu Alice,a baby girl da Jenifer e do Rodrigo. Quando nasce alguém, há uma mistura de alegria e preocupação. Mas com amor dos pais da pequena Alice, ela terá muitas alegrias e saberá lidar com momentos difíceis.
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Todo dia nasce gente,
Igual gente ou indigente.
A maioria não vou conhecer,
Talvez eu vá te encontrar,
Mas com certeza,
A minha casa é sua,
E a sua pode ser a minha.
Mas uma coisa é fato:
Nosso planeta é emprestado.
  Perdão, pois minha geração,
  Deixou seu berço em péssimo estado.

Pessoas pela sua vida,
Vão somar e dividir,
Talvez até subtrair,
Mas não se preocupe com a matemática,
A vida pode ficar dramática!
Pague a todos cada vintém,
E não se esqueça de ninguém.
Pague sempre bem com bem,
Mas o mal também com o bem,
E viva sempre bem.

Se vais sujar as unhas na terra,
Ou sedentário no escritório,
Ou cuidar de gente no consultório,
Prepare-se para a guerra,
Pois a batalha é longa,
E dura uma vida inteira.
Aprenda com as derrotas,
Saboreie as vitórias,
E compartilhe suas glórias.
O inimigo?
Algumas vezes serão os outros,
Mas muitas vezes será você!

Não sei se você é José,
Não sei se você é Maria,
Mas se você for Alice,
Bem vinda,
E faça deste país uma maravilha.
                             Setembro 2013






quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Pequenos negócios, grandes esquemas

De grão em grão,
A galinha vira caldo.

De papo em papo,
A conversa vira um falatório.

De pena em pena,
O frango vira um travesseiro.

De samba em samba,
Chegou outro Fevereiro.

De bituca em bituca,
O bueiro passa mal o ano inteiro.

De gato em gato,
O couro vira um pandeiro.

De pato em pato,
A gente engole um dinossauro,
E o batráquio fica engasgado.

De gole em gole,
A gente não lembra mais nada.

De nada em nada,
Tudo acaba em pizza,
Nada acontece,
E tudo fica na mesma.

De pizza em pizza,
A conta é nossa,
Tudo acaba em samba e bossa.

De copa em copa,
Nada acontece,
E tudo FIFA na mesma.

De estádios em estádios,
O estado do povo fica largado.
Mas uma coisa é hospital,
Outra coisa é estádio de futebol.
Sem misturar ratos e bugalhos,
Acamados e deputados,
Zé ninguém e ronaldos.

De bola em bola,
A rede se enche de gol,
E eu fico desclassificado.
Aí eu compro o jornal,
E me debruço sobre os classificados. 

Já dizia um amigo da Florentina:
Pior que está não FIFA.
                             Setembro 2013






sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Eu quero, eu preciso

Eu não falo bem,
Igual um locutor de FM,
Mas não sou mudo,
Quero falar e ser ouvido.

Não tenho dinheiro,
Igual ao dono do baú,
Mas quero ter poder de compra,
Poder comprar o que preciso,
E às vezes, nem sempre,
Poder comprar o que quero.

Não tenho beleza,
De um artista de cinema,
E se tivesse,
Não seria um narcisista,
Mas quero encarar,
O cara do espelho,
Cabeça erguida e dizer:
‘Vamos pra mais um dia’!

Eu não sou famoso,
Igual uns caras,
Que não tira a cara da Caras,
Mas eu quero ser valorizado,
Mas somente por quem tem valor.

Não procuro,
O melhor trabalho do mundo,
Mas quero trabalhar,
E me sentir,
Como se tivesse,
O melhor trabalho do mundo.

Não quero ter visão de Superman,
Mas quero olhar,
Enxergar o que está errado,
Ver o correto,
E decidir pelo que é certo.
Seguir a multidão,
É perigoso,
E nem sempre a maioria,
Tem a sabedoria.
Deus disse,
Que a voz do povo é a voz dele?

Quero me vestir,
E não quero ser démodé.
Mas fico esperto,
Com a moda no vestir,
No falar e no pensar.
Ser careta,
Pode ser bom sinal, falô?

Quero ter oito horas,
Pra fazer o que preciso.
Preciso de quatro horas,
Pra fazer o que quero.
Gostaria de quatro horas,
Pra fazer o que gosto.
Ainda sobra tempo,
Pra curtir o que fiz,
E fechar os olhos,
Até o meu adormecer,
Até o nosso amanhecer.
E começar tudo de novo,
Tudo novo.
                            Setembro 2013


domingo, 1 de setembro de 2013

Lavando louça

Eu lavo a louça do almoço.
Sabão de pedra,
E bucha amarela.
Bom Brill virou palha de aço,
Ou o contrário, eu acho...

A pia tá cheia,
A pilha tá grande.
Caneca com leite fervido,
O cano tá meio entupido.
Panela de pressão,
Com resto de feijão.
Frigideira com fritura,
Tem óleo e gordura.

O inverno castiga,
E a água tá mais fria.
Vou dar dois cheques,
E comprar uma torneira quente.

Meu umbigo faz bico,
E reclama da pia,
Mas avental eu não uso.

Cadê o pano de prato?
Rasgou e tá furado,
Parece um trapo.

Eu vou esfregando,
E a minha sujeira vai escorrendo,
Pelo ralo lá dentro.

Tem sujeira que gruda e não sai.
Umas já fazem parte,
De minhas panelas,
E vão ficar por toda vida.
O caldeirão por fora fica bonito;
Lá dentro fica limpo.

Mas deixe a água suja ir embora,
Senão seu encanamento dá problema.
Limpe e esfregue sua caneca,
E veja seu olhar refletido nela.
Então podes ficar sorrindo:
Você está ficando limpo.
                          Setembro 2013