terça-feira, 1 de novembro de 2011

Mato Grosso


Estive em Mato Grosso.
Estive por lá,
Em Cuiabá.
Terra de saltaveaco.
Onde a luma alumeia,
E o candeio luta coma a escuridão,
Mesmo quando queima a mão.
  Suor escorre igual chuva,
Pé d’água cai igual pedra,
E no verão a brisa tira férias.
O asfalto parece tampo de fogão a lenha,
Na hora do almoço querendo fritar ovo.
E o asfalto se derrete todo!
Fica todo perrengue.

Foi pouco tempo eu me lembro.
O Marcinho parou no acostamento,
E eu vi jacaré na beira da estrada.
Pobre animal, distante do habitat natural,
Longe do pantanal, destino fatal.
Vi arara de peito amarelo e asa azulada.
Vi caranguejeira da porta da sala.
Eu assuntei o bicho e bastou uma vassourada!
Só não digo quem espantou a danada!

Jotacê é ladino,
Fala cuiabanês,
E seu sotaque não esconde a mineirice.

Por trás das lentes corretivas,
O JC tem olhos de máquina fotográfica,
Suas fotos parecem da África.
Ele bate retratos do fim do mundo.
Mato Grosso é um mundo à parte...
A parte bela verde-amarela.
O grito alto da pintada é um urro,
Talvez chorando seu futuro.

É lá que o país respira fundo,
Limpa os brônquios,
E dá fôlego ao resto do mundo.
                                          Novembro 2011

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