quinta-feira, 1 de março de 2012

Diárias e mensais do analista

Quem trabalha com sistema,
Podem ser sistemáticos.
Muitas vezes lunáticos.
Meio metódicos.
Às vezes nem sempre,
Podem ser simpáticos.
Trabalham com inúmeros números.
E nas empresas,
Também são meros números.
Dói até o úmero.

Passam o dia olhando a tela,
Impassível do monitor.
Pessoas perguntam,
Impassíveis,
O que você faz.
Você responde,
Impassível,
Que trabalha com sistemas.
Elas respondem:
‘Impossível,
Não faz nada o dia todo’.
São nossos ‘ifs’ e snif’s de todo dia.

A tia, o primo ou amigo,
Procuram o ‘nerd’ esquisito,
Quando o computador se finou,
Quando o mouse gateou,
Se a impressora emperrou,
Até se o celular se calou.
Eu sou analista,
Você explica.
Mas de que adianta?
Não adianta nada.
Ele não faz nada,
Pensam com certeza.

Em pleno churrasco te ligam,
No feriado não lhe deixam,
Nas férias lhe convocam.
De madrugada você sai,
E outros labutadores da noite,
Lhe observam pela rua.
São parceiros da lua,
Como você vão à labuta.
Eles vão aos copos e garrafas,
E outras pernadas na madrugada,
E você vai ao trabalho até a estafa.

Falam do seu salário.
Conta gorda e vida boa.
Cuidam e contam seu dinheiro.
Mas será, quem sabe,
Alguém quer contar,
Teus neurônios e cabelos pelo chão?
E seus problemas de visão?
E a tenossinovite e a tendinite?
E a gastrite?
Cuidar dessas chatices?
A lógica diz que não.
Você pensa e analisa:
Lógico que é melhor lidar com códigos,
Do que ouvir os falatórios.
                                                      Março 2012

Um comentário:

  1. É mano, é isso mesmo que falam de nós.

    Abraços,
    Antonio Baldo
    albaldo@yahoo.com.br

    ResponderExcluir