quinta-feira, 1 de março de 2012

Batendo as botas


No ano que completar 18 anos,
Esqueça jovem, de seus planos.
Foi um ano tão esperado,
Será um ano para ser esquecido.
Agora você é maior de idade,
E vai aprender o valor da mediocridade.
Vai aprender,
A guerrear com a humanidade.
É um curso intensivo,
Com pressão intensa.
Vai aprender a bater continência,
E o valor da sua insignificância.
Com olhos arregalados,
Você vai bater as botas,
E gritar bem alto:
‘Sim, senhor!’

O cantil vai matar sua sede,
E o fuzil amigo vai matar por você.
Vai amar a pátria amada,
Vai aprender a beijar a granada,
E se você tiver cabeça,
Vai se lembrar da mãe e da namorada.
Na hora da prova,
Vai ficar com um pé na cova,
Ou os dois na trincheira.

Na gaveta de seus senhores,
Lhe guardam medalhas honrosas,
Emboloradas e enferrujadas.
Não se preocupe com tétano.
Isso é coisa para vivos!
Abra os olhos,
Não bata as botas,
E grite se puder:
‘Não, senhor!’
                                               Março 2012

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