quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Reino de Deus

Quando eu for pra casa,
A tristeza não fará mais nada.
Aguçada será minha visão,
Verei como um gavião.
Da varanda eu verei,
Um amanhecer ou entardecer.
Minhas unhas sujas de terra.
Pode crer, não será por guerra.
Pessoas indo e vindo,
Paz e alegria sentindo.
Sem balas achadas ou perdidas,
Nem som de despedidas.
Vivendo sem opressão,
Vivendo sem depressão.
Sem ricos e miseráveis,
Sem status impressionáveis.
Só o simples e o justo.
Vida sem lucro e sem custo.
Sem comprar e vender.
Eu sei, é difícil de conceber.
Quem tem preconceito,
É melhor rever seus conceitos.
Todos serão aceitos,
Cor não será defeito.
Pra que obter algum distintivo?
No lugar um coração vivo.
Sem medo de algum inimigo,
Apenas aguardar a visita de um amigo.
Olhar para uma criança,
Sem medo e sem desconfiança.
Ninguém puxando seu tapete.
‘Seja bem vindo’, será o lembrete.
Nada malicioso ou imoral,
Nada de ladrão e policial.
Jovens e adultos sem vida sedentária.
Prato de comida será rotina diária.
Nem luxo nem lixo.
Rico e pobre? O que é isso?
Olhar o rio com bom motivo.
Olhar o rio e ver peixe vivo.
Ninguém disputando poder.
Corrida política para que?
Doença? Só no passado.
Hospitais poderão ser derrubados.
O pai trazendo um carrinho de mão,
Repleto de frutas de verão.
A mãe no fogão a lenha,
Comida boa enquanto o café esquenta.
Tocar meu violão,
Enquanto aguardo meu irmão.
Ele toca a gaita,
Sem se incomodar com a cigarra.
Portas de igreja se fecharão,
Lucros em nome de Deus não existirão.
  Essa é visão do paraíso,
  Muitos não acreditam nisso.
Espero te ver lá em casa,
Se eu for pra casa.
                                                             Agosto 2010

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