domingo, 1 de agosto de 2010

Violando o violão

Seus dedos longos dedilham,
Aos segredos do violão se dedicam.

Por vezes se acha desafinado,
Sempre deixa o violão amolado.

Quem não se cansa são as cordas,
Mesmo quando produzem desacordes.

O corpo é de madeira e de curva,
Para tirar o som ele se curva.

Ele viola o violão,
E vê o violão violar.

Seus olhos brilham enquanto aprende,
Os olhos de quem assiste se apreendem.

Ele dedilha e as notas saem,
No ar flutuam e não caem.

Quem ouve as agarram,
Viram mágicos e viajam.

Som ecoa e cordas bailam,
Pernas se mexem e vozes não se calam.

Notas e sangue se interagem,
Droga boa, doce viagem.

O inevitável acontece, o som se encerra,
Ouvintes abrem os olhos, voltam pra Terra.

Àqueles bons momentos dão adeus,
Aguardam pelo próximo dedilhar do Matheus.
                                       Agosto 2010                                         


       

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