sábado, 1 de outubro de 2011

Visão

Me vejo no espelho,
E vejo que envelheço.
Não sou mais novo.
Me vejo entre o povo,
E vejo que sou mais um...
A lutar, a chorar, a reclamar,
A ter esperança e esperar.
Aos trancos e solavancos,
Entre bancos e barrancos,
Andando ou mancando,
Continuo meus avanços.
Na boléia do caminhão vou continuando.
No caminho tudo vai se ajeitando...
Às vezes desajeitando.
Não tem jeito!
É o jeito!
Continuo a ir.
Sem ir,
Não se mantém esperança.

Me vejo igual aos outros.
Mas outros,
Não se vêem iguais a mim,
E assim,
Igualam-se a mim.

Vejo os outros,
E outros me vêem.
Será que gostam,
Do que vêem?
Vejo que eu e os outros,
Temos problemas de visão.
Cadê meus óculos?
                     Outubro 2011

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