quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Conta gostas

Olho a janela,
Do ônibus ou do metrô.
Gotas insistiam e persistiam,
E não desistiam,
Ali se apegavam e não saiam.
Eram gotas solitárias,
Simples gotas sedentárias,
Gotas sedentas de algo.
Outras resistiam,
Mas não conseguiam,
E se escorriam e desciam,
Até o canto do ‘quadro’,
E sumiam atrás da moldura,
Pra nunca mais.

O sol veio,
E secou outras gotas solitárias.
Umas insistiam,
E permaneciam.
Mas o calor as secava,
Evaporavam e viravam ar,
E desapareciam,
Num bailar invisível.

O vento fazia caras e bocas,
E soprava um turbilhão.
Aquelas gotinhas valentes,
Resistiam e desistiam.
No fim se escorriam,
Naquela cara lisa de vidro.

Eu não ajudava,
E olhava aquilo tudo.
Eu deste lado,
Só olhava e nada fazia;
Pobre gotas que me apareciam,
E me escorriam.
                                                     Fevereiro 2013

 

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