quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Moldura no quarto

Pela janela do meu quarto eu vi,
Uma tempestade que vinha,
Rápida como o vento que a acompanhava.
De repente o vento chegou,
E parecia ansioso e furioso,
E precisava de algo a lhe acalmar.
Naquela esquina ele viu a árvore,
E ele a envolveu com seu charme.
E em pleno ar,
Eles começaram a dançar.

Os longos cabelos da árvore,
Se misturavam ao vento.
Ela parecia andar de moto,
Numa rodovia sem limites,
Sem capacete e sem destino.

Os braços da árvore,
Balançavam e chacoalhavam,
Igual barco solitário,
No meio do oceano,
Sem leme e sem direção,
Cercado por ondas carinhosas.

A música de fundo,
Era trovões e estrondos,
Como uma melodia antiga.
Parecia Clapton tocando ao vivo,
Same old blues.
O jogo de luzes,
Vinha com os relâmpagos,
Que riscavam e cortavam,
E clareavam o céu escuro.


Mas aquela árvore,
Era alta e majestosa.
Era elegante igual a uma dama,
Coluna reta e ereta.
Era um charme de salto alto,
Emoldurada pela minha janela.


O vento veio de longe,
A envolveu, a rodopiou,
Ventilou seu charme e se foi,
Talvez para outros ares.
E a árvore se viu só.
Seus braços e cabelos,
Se acalmaram enfim.
Para o poste tudo era claro;
 Ele viu tudo mas nada disse,
E continuava ali, segurando vela.


Não paguei nada, mas o show acabou.
Lembrei de Armstrong,
What a wonderful world.
Boa noite... 

...e lá no alto pequenas luzes,
Continuam a cintilar a noite.
E naquele silêncio,
A lua ansiava e aguardava o amanhecer,
Esperando pelo seu affair.
                                                Fevereiro 2013
















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