quinta-feira, 16 de maio de 2013

Tô desconfiando e andando

A gente vive meio estranho.
É confiando desconfiando,
É desconfiando e confiando.

A gente estranha esse meio;
Meio estranho em que se vive,
E vive estranhando um confidente,
Mesmo que o confidente seja a gente.

A gente desconfia até da gente!
Às vezes a gente mente pra gente,
E fica meio assim, descontente.
Entende?
Até o dente da gente,
Morde a língua da gente,
Independente se a gente,
Tá descontente ou sorridente.
Isso é pior do que parente,
Que mora perto da gente!

Esse é o jogo,
Do confia no desconfidente.
Esse é o game,
Do pé atrás e pé na frente.
Mas pelo sim, pelo não,
(Ou o contrário, porque não?),
Lá no fogão é melhor não pôr a mão,
Senão pode virar carvão,
E chamuscar até o dedão da mão.
Não importa, não,
Se é colega ou amigão,
Se é pastor ou irmão,
Se é chefe ou patrão.
O jeito é ir confiando,
Meio que desconfiando.
O trejeito é ficar desconfiado,
Enquanto vai confidenciando.
Assim os pés ficam no chão,
E o queixo não cai, não.

Aí o único cheiro de queimado,
Vai ser culpa do churrasqueiro descuidado.
Desses pode ficar desconfiado.
                                                      Maio 2013


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