sexta-feira, 10 de maio de 2013

O barulho do silêncio

Ouvir o silêncio é ensurdecedor.
Às vezes a gente se inquieta;
Precisamos mais do que o quieto.

Mas quando o silêncio,
Resolve falar mais alto,
Isso cala fundo,
E agride os ouvidos.

E uma vontade vai aumentando,
Vontade de sair gritando,
Vontade de entrar berrando,
Pra espantar o silêncio que persiste,
Pra espalhar que a gente existe.

Fale algo e não se cale’.
Um minuto de silêncio,
É importante e necessário.
 O silêncio de uma vida,
 São batalhas sofridas,
 É guerra perdida.

O silêncio do inocente,
Que se cala e não diz nada,
Pode ser julgado culpado.
Isso tá na cara!

Até o muro pichado,
Abre os brônquios de seu reboco,
Fala pelas ruas e dá o recado.
Tem gente,
Que sobe e fica em cima dele.
Se equilibram e olham pra esquerda,
Cambaleiam e olham pra direita,
Se calam e ficam lá,
Sentados tomando ar,
Enquanto o muro e seus tijolos,
Continuam a se pronunciar.

Até o morto,
Que não tem vida fala,
Não se cala,
E deixa pistas,
E derruba álibis e armadilhas.
O CSI sempre conta,
E agradece as ajudas,
Desse pessoal que não mente.
O pior tipo de morto,
É o que pensa que vive,
E vive se fingindo de morto.
Pra esses, nem adiante gritar,
A terra não vai ser leve!
                                                 Maio 2013


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