quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Mãe, cadê o pai?

Mãe, você sempre me falou,
Que eu deveria ser bom.
Mas o meu ‘bom’,
Para muitos não é tão bom.
E esses muitos não são poucos.
Quando sou bom,
Dizem que é ruim.
Quando sou mau,
Dizem que é bom.

Mãe, você me ensinou,
Que roubar é errado.
Uns não foram bem ensinados,
E querem roubar minha alegria.
Quanta gente 'pobre' que vem a mim!
E eu aprendi contigo, mãe,
Que devo ajudar gente assim.
Mas como ficar sem alegria,
E dar pra eles a minha?
Me ajude, mãe.
Isso tira a minha alegria.

Mãe, você me dizia,
Pra respeitar as pessoas.
Tem dia que é difícil, confesso,
Mas faço mais do que eu posso.
Mas são tantos desrespeitos,
Que me vejo nesse meio,
Sem saber o que fazer direito.
Às vezes esqueço a sua lição,
E dá vontade,
De falar o que dá vontade.
Mas está bem aqui o meu respeito,
Bem guardado em meu peito,
Pronto pra ser usado.
É antigo, mas está intacto.

Meus chefes, 
Querem e exigem,
Que eu saiba lidar,
E me virar,
Com pressão e trabalho estressado.
Mãe, eu não sou panela,
Pra saber lidar com pressão.
Mas tenho que agüentar,
O fogareiro do fogão.
E seu eu apitar e bufar,
Igual panela a esquentar,
Vão me chamar de doido varrido,
E vão me internar num hospício.

Mãe, cadê o pai?
Você sempre me falou coisas boas,
E nunca de coisas ruins e à toa.
Você nunca quis falar,
Da tal da morte.
E agora o que eu faço?
Eu cresci e vi,
Que nem tudo na vida,
É só vida.
Mãe, cadê o pai?

Mãe, já está tarde demais,
E preciso aprender a ser pai.
Agora eu tenho filhos,
Pra orientar e pra criar.
Nem acabei de aprender,
E agora tenho que ensinar.
Mãe, cadê a senhora?
Mãe, cadê o pai,
Pra me ensinar a ser pai?

Mãe, eu sei,
Não adianta,
Pois a carga é minha.
Se terei lucro,
Ou se terei prejuízo,
Isso é da minha conta.
Obrigado mãe,
Obrigado pai.
Outubro 2013




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