Na sala de espera de
um consultório, uma senhora se orgulhava de seus longos anos de vida. Acontecimentos
assim não podem passar despercebidos, pois precisamos aprender a cada dia, a
cada momento. Por isso precisamos estar atentos a pessoas, esquecendo um pouco
de nós e nossos problemas.
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Ali
na sala de espera,
A
gente tem esperança,
De
ser servido e atendido.
Eu esperava e folheava,
Jornais e revistas,
E eu me entretinha e me entediava,
Com quem eu nem conhecia.
Papel
com cara de gente,
Gente
frágil igual papel.
Gente aprontando cada papelão!
Em
consultório de doutor,
A
gente fica impaciente,
Mas
a gente é paciente
E
o café empretejou,
E
a secretária avisou,
Que
o café estava pronto,
E
no ponto.
O aroma de fazenda me convidou,
E eu fui e me servi,
Mas não me satisfiz.
E
uma senhora idosa,
De
voz fraca e poderosa,
Se
orgulhava de suas lutas.
Eram oitenta e tantas rugas,
Sem vigor da infância,
Mas ela dizia que fazia e acontecia.
Ela
olhava sem óculos,
E
andava com suas pernas.
Como
viver com pouca energia?
Ela
vivia um dia a cada dia.
Nem magia nem simpatia.
Era
só viver a vida,
Sem
segredos e amuletos,
Deitando
e acordando cedo,
Com
coragem e sem medo.
Eu
lhe prestei reverência,
E
lhe preparei um café,
Enquanto
ouvia sua fé.
Pus açúcar pra alguém tão doce,
E misturei o doce no amargo,
O antigo e o novo,
O escuro e o claro.
Tudo
isso num copo de plástico.
Ali
fui beneficiado,
Com
um aprendizado,
E
ainda fui agraciado,
Com
um doce obrigado.
Parecia que ela bebia,
Um elixir da vida.
Mas
era só um café quente,
De
quem se sentia morno.
Eu
estava ali pra ser atendido,
Mas
prestei um serviço,
E
me senti servido...
E
me senti vivo.
Junho
2014
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