sábado, 20 de julho de 2013

Correntes da liberdade

Temos toda a liberdade,
Até chegar dezembro.
Mês doze é dose.
É mês que sentencia uma multidão,
E ficamos acorrentados ao cartão.
O comerciante, então,
É nosso carcereiro no pavilhão.

Temos toda a liberdade,
Até chegar o fim do mês.
Aí nos vendemos ao holerite.
A gente vai se virando,
Até que o mês vira,
E se demorar muito,
Abóbora é o que a gente vira.

Temos toda a liberdade,
Até olharmos para o relógio.
São inúmeros números numerosos,
Que são os senhores poderosos.
Temos hora marcada,
E tudo tá agendado.
Sempre estamos atrasados!
Relógio é que nos controla,
É ele que nos dá corda,
Parece algema no braço,
Se agarra e não larga...
E somos apontados pelos ponteiros.
Ele faz TIC TAC!
Que tic tic nervoso...
Quase me dá um ataque!
Até meu relógio interno,
Manda e desmanda. Que inferno!

Fora tudo isso,
Estamos livres e libertos.
Fora isso tudo,
Nada nos prende e somos livres.
E podemos aproveitar,
Da liberdade condicionada.
A pior liberdade,
É aquela em pele de correntes...
Correntes até os dentes!
Sorria, seu pseudo-libertado,
Você está sendo aprisionado!
                                  Julho 2013

 


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