sexta-feira, 16 de maio de 2014

La pizza

A dona redonda,
Fica toda, toda.
Cheia de borda,
Recheada e gostosa.
Toda enfeitada e azeitada,
Se sentindo a bela dona com azeitonas.
Com mil calabresas da Calábria,
Mozzarella toda amarela,
E tomates avermelhados e envergonhados.
Massa fina ou massa grossa?
Que me importa,
Se já me entupiu a aorta?
Sem conselhos da nona,
Per favore!
Ma què, agora quero um tinto,
Pra deixar o sangue mais fino!

Que saudade di Napoli,
Da bota da Europa.
Aqui em Brasília,
Tudo acaba in pizza.
É um povo que aprecia,
O sapore di Itália querida.

O pizzaiolo mete a mão na massa.
Ele e a massa se amassam,
E a massa passa e fica só,
Naquele calor de muito suor.
Ela quase passa mal,
No forno de não-sei-quantos-graus.
Depois da noitada de fornada,
Ela vira uma massa toda assada.
Mas depois tudo passa,
E ele se amasia,
A suar e se amassar com outra massa,
Tão redonda quanto à outra.
Pizzaiolo é homem de uma massa,
E muitas pizzas.

Este é o milagre à moda di Itália.
A farinha que vira pizza,
Na terra di Brasile.
Mama mia,
Que terra querida!
                                       Maio 2014

"Ela quase passa mal,
No forno de não-sei-quantos-graus."





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