domingo, 1 de abril de 2012

No fim, um quindim

Quindim parece lua cheia,
Em noite fria de verão.
Quindim parece sol,
Em dia quente de inverno.
Quindim é todo redondo,
Com cara de gema de ovo.
A gente come um,
Cada mastigada é uma viagem.
A gente come dois,...
Melhor deixar a viagem pra depois!
Quindim é sabor deste mundo,
Se fosse de outro não seria assim.
É tsunami do bem que inunda tudo.
As papilas se deleitam,
Degustam aos limites do espaço,
Muito além do céu da boca.
Se a boca está nervosa,
Ela se aquieta e se acalma.
Se a língua é ferina,
Ela se amansa e volta à calmaria.
Os olhos se fecham,
E a boca tem controle total...
Isso ela pensa!
É momento perigoso,
Mecanismos de defesa e ataque,
Deixam tudo e todos vulneráveis.
O corpo se entrega,
A esse prazer dourado.
É doce do fruto que não é pecado!

Mas o início é chateação,
Tudo inicia com separação.
Clara e gema não se dão,
Quebram toda a sua casa,
E tudo fica em cascas.
Uma vai pra lá a outra pra cá,
Separam-se e evitam se olhar.
Mas a turma do deixa-disso,
Grita em coro nervoso,
‘Parem com isso’.
Açúcar e leite condensado,
Côco fica todo ralado,
Manteiga ou margarina,
Ficam toda derretida
É turma que vem com tudo,
Pra conciliar todo mundo.
Pessoal unido o resultado é bom.
Bom é pouco e humilhante.
O resultado é algo assim...
Com sabor de quindim.

O inicio pode ser difícil, sim,
Mas o fim deve ter sempre sabor de quindim.
                                        Abril  2012


2 comentários:

  1. Adoro quindim também, Clei.

    A propósito: seu blog deveria se chamar BLOGNEI.

    Abraços,
    Antonio Baldo.

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    Respostas
    1. Valeu Tony.
      A idéia é boa, mas na prática não sei seria legal.
      Abraço.

      Clei

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